domingo, 24 de abril de 2011

Sobre dormir só

Nos últimos três dias, essa minha cama-de-solteiro-com-molas-lhe-saltando-o-colchão parecia tão pequenina. Chegou ao ponto de considerarmos mesmo a possibilidade de ruptura dos nossos corpos dolorosamente encaixados, fundidos em espaço tão diminuto. Você até levantou suado, cheio daqueles cheiros que são tão seus, reclamando mais pra si mesmo do que pra mim e dizendo que dormiria na rede. É claro que você não chegou a fazer isso.
Hoje fico sentado aqui na mesa, olhando pela janela, vez em quando acendo um cigarro e não durmo. A caminha parece grande, como um poço que vai me sugar pela noite escura sem que eu tenha um ombro pra me aconchegar. A simples possibilidade de deitar pra descansar já me cansa demasiado.

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