domingo, 5 de junho de 2011

Aquele show triste com músicas tristes

Ontem eu fui praquele show triste com músicas tristes. Pior: fui praquele show triste com músicas tristes mesmo sabendo e-xa-ta-men-te aonde isso ia dar. Tudo ficou uma bagunça.
Vai chover de novo, com isso eu concordava. Mas a chuva já não ia trazer você pra mim. Que pelo menos jorrasse e levasse toda a tristeza e agonia pra longe pelos esgotos imundos da cidade. Quero ser limpo. Só que a letra prosseguia e vem cá que tá me dando uma vontade de chorar e a água começa a nascer não lá fora, mas no de dentro de mim e brota abundantemente. Entro numa trip dessas que a gente curte sozinho e consigo lembrar bem que hoje de novo eu deixei o sagitário em mim falar e te liguei: não faz assim, não vai pra lá. Era demais esperar que você cumprisse o que prometeu. E nem prometeu porque eu pedi, prometeu porque quis prometer. Meu coração vai se entregar à tempestade era quase um grito.
Eu podia ter continuado a ver luzes pela noite, mas tenho preferido o escuro. Claro que eu cheguei a pegar o telefone, mas quando a gente tá sozinho e pára pra pensar, às vezes descobre umas coisas que estavam lá o tempo todo e ninguém viu. Porque a dor de te imaginar solto com as luzes vermelhas no rosto é muito maior do que a dor simples e pura de estar sem ti. Vem angústia por coisas que eu imagino verdades e que se verdades forem, nem angústia são dignas de causar. Já não sei mais. Foi só amor, ou medo de ficar sozinho outra vez?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Liberdade (?)

A gente se desdobra pra alcançar a liberdade, despedaçando tudo o que havia de sólido. Tem aquele ditado que diz que o importante não é o destino, mas o caminho percorrido até; e é mais ou menos assim mesmo. A liberdade chega a galope e não se sabe onde colocá-la, como se deve usá-la. Faltam as certezas, falta a segurança familiar naquele colo que eu cansei de conhecer.
E isso não é exatamente a ausência de liberdade? Digo, ela está aqui, latente, mas me escorre enquanto não saio do lugar. Agora tenho asas, mas meus pés estranhamente continuam amarrados àquelas pedras impossíveis. A pergunta cabível já não é se eu posso voar, mas se realmente quero fazer isso.
Os diamantes devem mesmo parecer muito mais brilhantes antes de estarem bem nas nossas mãos.