sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Segunda sexta

Uma sexta-feira sequer é dia de pensar em grandes mudanças estimuladas por resoluções que martelaram nas nossas cabeças a semana inteira, o mês inteiro, o ano passado inteiro, uma existência inteira. Mas hoje tá com uma cara danada de segunda nesse sentido, e eu só consigo pensar em terminar de editar esse vídeo e sair pra ver o sol, passear por dentro da tarde, por baixo das árvores e por cima dessas marteladas todas. 
Queria algum lugar perto do mar, lugar-comum assim mesmo, mas falar sobre sol e mar a essa altura vai me levar para lugares perigosos de onde preciso fugir pelo menos até a próxima semana, ou, quem sabe, até a próxima existência. 
Queria ver o sol e entrar em alguma livraria como aquelas em Notting Hill, onde a gente se perde no meio de tantos títulos, autores e prateleiras, e pode escolher qualquer coisa porque tudo não passa de cinco, dez libras, é isso mesmo, queria escolher um livro bem bonito e colorido e... E novo! Completamente novo, um livro que me mostrasse coisas e pessoas que eu nunca sequer ouvi falar e acabe com as marteladas. Um livro diferente dos outros que se acumulam inúteis no meu quarto, que rode tão rápido e que seja tão colorido que trate de tornar tudo branco de novo aqui dentro. Branco mais uma vez, mesmo que seja só por sábado-domingo, e talvez esse seja precisamente o ponto que me fez ter esse tipo de desejo infantil em uma sexta-feira: saber que o branco só vai durar mesmo dois dias.

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