tag:blogger.com,1999:blog-39908920772218735962024-02-08T11:39:32.102-08:00DespedaçoTomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-65182375068701725562013-10-28T14:35:00.001-07:002013-10-28T14:35:23.789-07:00Amarelo-sorriso<div style="text-align: justify;">
Nas últimas semanas,... Não, nos últimos meses, as pessoas vêm me perguntando recorrentemente se "está tudo bem". Não que elas realmente se importem, mas preciso lidar diariamente com uma das características que eu mais gostaria de mudar em mim, a transparência. Também recorrentemente tenho pensado que não consigo mesmo esconder qualquer tipo de náusea ou dor, não sou capaz de oferecer mais que um sorriso amarelo pra quem me estende a mão. Acho que a boca fala mais que os olhos. Consigo facilmente estampar toda a felicidade que não existe com os olhos e ironicamente não consigo sorrir com a boca. No máximo, dentes amarelos expostos, forçadamente, como um ritual supersticioso tentando em agonia convencer as pessoas de sua eficácia e legitimidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez por isso essa coisa de sempre ver o copo meio vazio. Talvez por isso essa incredulidade em mim e nos lugares aos quais posso chegar. É possível que seja mais fácil mesmo me sabotar e destruir um pouquinho de cada vez pra ao menos dar algum sentido para os sorrisos amarelos e pro simulacro de felicidade nos olhos. Indo mais fundo, talvez criar esses sentidos que tentariam legitimar tanta dor seja bastante eficiente em ocultar as verdades escondidas que não tenho coragem de encarar. As verdades que me fizeram ter as coisas mais bonitas nas mãos e deixar que partissem, me deixando flutuar à deriva na segurança da superficialidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os olhos mentem e podem encarar somente o que escolho enquadrar a partir das inclinações do meu pescoço. Mais que isso, eles acreditam no reflexo da água escura, que pinto com pequenas desilusões, mas cujo real conteúdo esconde os monstros mais aterrorizantes. A boca, não. Mesmo calada, tem muito a dizer; mesmo quando ensaia um sorriso, não consegue esconder aquele tom amarelado, seja pelos cigarros, seja pela dor.</div>
<br />Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-75501006352143030822013-03-05T17:04:00.001-08:002013-03-05T17:04:46.484-08:00Talvez eu já sinta falta do que tenho tanto medo de sentir falta. Pode ser que isso não se perca naquela cidade cinza ou em qualquer outro lugar, mas já esteja perdido, irrecuperável, no passado. Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-84107629114259483282012-11-27T20:13:00.000-08:002012-11-27T20:13:15.279-08:00Dê<div style="text-align: justify;">
Sempre tive muita dificuldade de aceitar minha condição de sagitariano com ascendente em sagitário. Digo isso porque a vida já me deu grandes possibilidades de aventuras e a minha resposta sempre foi uma só: saudade. Saudade de casa, das velhas pessoas e do aconchego. O esperado do bom sagitariano seria romper com essas âncoras do lar e ganhar o mundo, sentir todos os cheiros, os gostos e voar livre e sem destino por aí. Isso me incomoda. Sempre incomodou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na realidade, esses dias concluí que sou, no final das contas, um apaixonado. Apaixonado como só um sagitariano com ascendente em sagitário poderia ser. Que culpa eu tenho se acho que os melhores gostos, cheiros e pessoas estão bem aqui na minha mão? Acredito que os sagitarianos normais procuram sentir o sangue nas veias com coisas diferentes, pousando indiferentes aqui e ali. O ascendente em sagitário, por outro lado, nos torna amantes intensos das coisas a ponto de não precisarmos deixá-las pra sentir o seu calor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, o amor não vale muito sem paixão. Como sagitariano com ascendente em sagitário, preciso de olho no olho, toque, sacanagem e surpresas. Preciso de tesão e o novo nem sempre surpreende, quase nunca é melhor. Acho que o que supera mesmo as nossas expectativas é quando o inusitado vem dos lugares que a gente já conhece tão bem que nem espera mais esse tipo de coisa. Do novo a gente não sabe o que esperar e acaba sempre querendo mais e melhor. É a velha história, too many fucking expectations, too many fucking <span class="st">disappointments.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="st">Pro azar dos sagitarianos com ascendente em sagitário, nem sempre as nossas antigas pessoas são fonte inesgotável de olho no olho, toque, sacanagem e surpresas. Nosso sangue continua fervendo pelas mesmas coisas, mas o calor por vezes não consegue chegar ao outro. O fogo que a gente insiste em cultivar não faz muito sentido pra quem é diferente e a cada investida negada, a cada brilho que não emociona, a cada gota de esperma derramada feito algo desimportante, o sagitariano com ascendente em sagitário morre um pouco. Poderia passar a vida reinventando o de sempre, mas conviver com o frio congelante que se apodera aos poucos do espaço entre dois corpos é impossível. Sei lá, só sei que é preciso paixão. </span></div>
<br />Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-28196008066924764092012-10-08T15:56:00.000-07:002012-10-08T15:56:22.981-07:00O tempo das coisas
<style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
mso-font-charset:78;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
mso-font-charset:78;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;}
@font-face
{font-family:Cambria;
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1073743103 0 0 415 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
@page WordSection1
{size:595.0pt 842.0pt;
margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt;
mso-header-margin:35.4pt;
mso-footer-margin:35.4pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
-->
</style>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Engraçado
olhar fotos antigas e perceber o tempo que faz das coisas. No fim das contas, o
tempo é mesmo mais uma percepção do que voltas dos ponteiros no relógio ou
folhas arrancadas do calendário. E pra mim, você faz muito tempo, mesmo que na
verdade nem seja tanto assim. É que eu sorria nas fotos que me encaravam nessa
madrugada de domingo e isso me fez perceber que faz tanto tempo de tanta coisa,
por mais que as voltas no relógio nem tenham sido assim exageradamente
demoradas e as folhas do calendário não tenham virado tantas vezes quanto eu
imaginava. Isso tudo porque você foi bom. Você é bom. As coisas e as pessoas
têm de ser boas pra transformar esse tempo pouco, esse tempo pobre, em um tempo
grande de perder a conta e o fôlego, em uma saudade assim triste e bonita. E isso
que é, isso que foi você, e foi no momento exato, logo depois que eu joguei
aquela folha de ontem do calendário no lixo e bem quando os ponteiros se
separaram formando o ângulo preciso que o sorriso se abriu. Foi isso que me
aconselharam deixar guardado no bolso, mas, que eu penso, preciso me desfazer,
jogar fora, exorcizar. Menos em momentos como agora, nas horas que eu sorrio de
volta pras fotos que sorriem pra mim e me dão vontade de sorrir um pouco mais
em retorno. Agora, a vontade é ficar assim sorrindo e quem sabe ligar, comprar
um presente, escrever qualquer coisa pra alguém saber que eu me importo, e o
quanto. Me importo tanto quanto o tempo que faz de você e de tanta coisa que
era nossa, ou que eu quis e entendi que era nossa, mesmo que tenha sido só
minha. Nesse caso, eu te daria o que fosse meu e roubaria o que fosse teu pra
transformar naquilo que me enche dessa coisa misteriosa que tá aqui-agora tão
presente no quarto cheio dessa madrugada de domingo, isso que eu sinto o cheiro
e quase consigo tocar no ar, isso que de tanta, mas tanta saudade e tanto, mas
tanto sorriso, parece tanto, mas tanto tempo. </div>
Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-32337587956730855682012-09-25T09:41:00.000-07:002012-09-25T10:59:33.653-07:00Eyes don't see, hearts don't feel
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><br />
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
</style>
<![endif]-->
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Já disseram antes e em algumas
linhas bonitas que amar é conseguir ver e desamar é não enxergar mais. Foi
tanto dissabor que o que resta é acreditar nessa capacidade da gente de tentar
fazer as coisas. Tentar chegar lá. Você costuma dizer que eu não tenho fé, mas
acho que é precisamente o oposto. Tenho tanta fé que não preciso depositá-la
nos seus orixás ou espíritos de luz. Ela está toda em mim. Já disse várias
vezes sobre como esse amor transbordando é meu e só meu e você se apossou um
pouco sem o meu consentimento. E é sobre
essa possibilidade de amar e desamar que eu queria te falar. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Como talvez em determinada
circunstância, depois de tanto tempo... Olhei sem querer o calendário agora e
percebi que logo hoje o tanto tempo se tornou dois anos e sete meses de nós, e
a gente já nem se dá conta. Pois é tanta experiência acumulada, a antítese dos
sentimentos, os maiores sorrisos e as lágrimas mais amargas que a gente já vê e
conhece tudo. E se conseguir enxergar for exatamente o que já não permite mais
amar? Se essa precisão cirúrgica no olhar, essa lente de aumento, mostrar o
lado escuro de nós? Quem sabe a distância impossível, depois de tanto tempo e
tantos nós, fosse o melhor? </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Pensando nisso, voltei à minha
fé, à minha crença inabalável em mim e escolhi me entregar de novo. Escolhi
fechar os olhos e pular nos teus braços como antes. Agora que nós abrimos mão
do mundo inteiro, o que nos resta senão a felicidade? Quando todas as telas e
todas as bocas berrarem, é a tua voz que eu quero ouvir. É uma escolha, mas não
acho que se trate tanto assim de ver ou não ver. É algo mais profundo, é aquele
desespero que grita durante todas as noites insones atordoadas por pílulas
brancas, a tentativa, a escolha da felicidade. </span></span></div>
Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-71140813279010828702012-06-21T09:54:00.000-07:002012-06-21T09:54:34.993-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Jp7LzhJEp3I?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-5356482070606403052012-04-08T11:15:00.001-07:002012-04-08T11:19:39.741-07:00Sobre respingos e um herói<div style="text-align: justify;">Aquele momento na hora do porre em que todos os fluidos misturados no estômago querem ganhar a liberdade novamente. Mas você precisa mantê-los ali pelo menos até conseguir chegar a um lugar seguro, onde os pedaços grossos do vômito caindo no chão não respinguem pra sujar a sua cara estragada por todas essas noites desesperadas. </div><div style="text-align: justify;">Você sente medo. É preciso segurar os líquidos aqui dentro, contidos até o momento exato. Só que eles começam a apodrecer e a cheirar mal, afinal dentro do seu de dentro não é precisamente o lugar mais limpo e claro do mundo. São tantas mágoas afogadas em tantas bebidas fortes e tantos cigarros que aquilo tudo vira uma ferida infeccionada e a dor é difícil de segurar. Você precisa colocar tudo isso pra fora. </div><div style="text-align: justify;">Só que tem aquilo, os pingos. É como se no momento eu estivesse sentindo essa vertigem em frente a um espelho e ceder às tentações da náusea iria jogar o vômito todo na minha própria cara.</div><div style="text-align: justify;">É preciso esperar. Esperar o momento exato, quando tudo estiver limpo e a distância não for mais entre nós dois, mas seja entre mim e mim. Só que é irônico como ao mesmo tempo em que eu espero a sua mão pra segurar a minha cabeça na privada imunda, também imagino o nojo que você vai sentir. O seu desprezo me apavora e eu chego a pensar que se for pro nosso bem, eu seria mesmo capaz de segurar esse vômito aqui dentro pra sempre e deixá-lo apodrecer e me corroer e se tornar tumor e me matar. Se isso for te fazer feliz, eu consigo. </div><div style="text-align: justify;">Consigo aceitar que você transfira os seus próprios fluidos odorosos pela minha boca, garganta e os deposite escondidos naqueles lugares lá dentro que eu penso em nunca te mostrar, por mais que me matem. Parece virtuoso colocado dessa maneira, e eu acho que de fato é. Agora as noites insones estão acabando e eu já começo a me perguntar até quando vou conseguir brincar de herói pra salvar a gente de ti. </div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-86517160923217960972012-04-05T10:34:00.001-07:002012-04-05T10:34:40.365-07:00Samsara<span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"></span><br />
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;"><b>Samsara</b> pode ser descrito como o <i>fluxo incessante de renascimentos através dos mundos</i>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">Na maioria das tradições filosóficas da <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Índia</span></span>, incluindo o <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Hinduísmo</span></span>, o <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Budismo</span></span> e o <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Jainismo</span></span>, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições observa o <i>Samsara</i> de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Advaita</span></span> de Vedanta <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">hindu</span></span>, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">Brahman</span></span>, e sua <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">alma</span></span> é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">Já algumas adaptações dessas tradições identificam o Samsara (ou <i>sa sâra,</i> lit. "seu caminho") como uma simples <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">metáfora</span></span>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">No vedanta e na maioria das diversas tradições hindus que se fundamentam no Vedanta, o ciclo de transmigração da alma, ou samsara, não é feito exclusivamente do passado para o presente, numa temporalidade linear como a concebida pela cosmologia Ocidental. O ciclo pode se deslocar para qualquer posição no espiral do tempo e, de acordo com as diferentes inferências feitas pelos sábios, em quaisquer Brahmandas, ou universos da criação material, e em quaisquer tipos de corpos, entre as 8,4 milhões de espécies transmigráveis, podendo haver evolução ontogênica ou filogência, nos dois sentidos: elevação e degradação; de semi-deus a larva, de planta a ser humano, e vice-versa. De fato, as possibilidades de transmigração são infinitas.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">Samsara como metáfora psicológica</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em;"></div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">À parte da cosmologia e mitologia tradicional de renascimento do corpo físico no budismo também pode-se compreender este ensinamento como o ciclo de morte e renascimento da consciência de uma mesma pessoa. Momentos de distração, anseios e emoções destrutivas são momentos em que a consciência morre para despertar em seguida em momentos de atenção, compreensão e lucidez. Nesta visão os agregados impuros, <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">skandhas</span></span>, são levados a diante para o momento seguinte em que a consciência toma uma nova forma.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">A meditação budista ensina que por meio de cuidadosa observação da mente é possivel ver a consciência como sendo uma sequência de momentos conscientes ao invés de um contínuo de auto-consciência. Cada momento é a experiência de um estado mental específico: um pensamento, uma memória, uma sensação, uma percepção. Um estado mental nasce, existe e, sendo impermanente, cessa dando lugar ao próximo estado mental que surgir. Assim a consciência de um ser senciente pode ser entendida como uma série contínua de nascimentos e mortes destes estados mentais. Neste contexto o renascimento é simplesmente a persistência deste processo.</div><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em; text-align: justify;">Esta explicação do renascimento como um ciclo de consciência é consistente com os demais conceitos budistas, como <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">anicca</span></span> (impermanência), <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">dukkha</span></span> (insafistatoriedade), <span class="Apple-style-span" style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="text-decoration: none;">anatta</span></span>(ausência de identidade) e é possivel entender o conceito de karma como um elo de causa e consquências destes estados mentais.</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-78167752561964315652012-03-29T18:10:00.001-07:002012-03-29T18:14:03.319-07:00Let it go<div style="text-align: justify;">As noites estão cada vez mais difíceis. </div><div style="text-align: justify;">Eu poderia começar uma lista interminável de lamentações, mas acho que tudo acaba ficando pequeno perto dessa espera que não acaba nunca. Eu espero por um sinal que me faça acreditar mais uma vez que tenho alguma relevância. De repente, é como se todas as armas que eu sempre pensei que me fizessem forte tivessem virado baladeiras nas mãos de uma criança impotente. Pedrinhas pra vencer esse monstro que vem me destruindo dia após dia, arrancando dolorosamente todas as lágrimas que eu tenho e em vão. </div><div style="text-align: justify;">Não faz efeito. E lá dentro, eu já me dei conta disso. Só não quero enxergar. Porque só quem já está derrotado implora como tenho implorado. Comecei a barganhar as coisas mais simples, um aviso de chegada, um sinal de vida. Já não há mais dignidade, meu orgulho escorreu entre os dedos que eu tenho afrouxado pra te deixar mais solto, tudo como você quer pra eu te manter aqui. Onde? Não sei. Você não está mais por perto. Não quer estar. </div><div style="text-align: justify;">É como se aquela meia dúzia de fotos com rostos estranhos que nós teimamos em colocar no nosso meio tivessem mais importância. Gritar pro mundo os lugares que você tem espalhado os seus cheiros parece ridiculamente precioso, é como se você precisasse de atenção, justamente essa atenção que eu tenho, ironicamente, implorado pra dar. </div><div style="text-align: justify;">Porque não são aquelas fotos que acompanham cada decolagem e pouso naquele site desafiadoramente complicado. Elas não mandam mensagens duas, três, quatro vezes porque, afinal de contas, pode ser que as primeiras não tenham chegado, sabe como é a operadora. Mas não há resposta. Você aparece, vez por outra, mas não é pra mim. É praqueles rostos famintos naquelas fotos pequeninas. </div><div style="text-align: justify;">Sou centauro, você sabe que eu sempre fui. Não pense que não compreendo esses sinais, anseios de liberdade e aventuras. Mas não consigo te deixar solto. Os dedos estão entreabertos, mas ainda seguram meu desejo e tentam desesperadamente mantê-lo a uma distância segura. </div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-19675154985834709132012-02-03T08:28:00.000-08:002012-02-03T08:28:35.410-08:00Segunda sexta<div style="text-align: justify;">Uma sexta-feira sequer é dia de pensar em grandes mudanças estimuladas por resoluções que martelaram nas nossas cabeças a semana inteira, o mês inteiro, o ano passado inteiro, uma existência inteira. Mas hoje tá com uma cara danada de segunda nesse sentido, e eu só consigo pensar em terminar de editar esse vídeo e sair pra ver o sol, passear por dentro da tarde, por baixo das árvores e por cima dessas marteladas todas. </div><div style="text-align: justify;">Queria algum lugar perto do mar, lugar-comum assim mesmo, mas falar sobre sol e mar a essa altura vai me levar para lugares perigosos de onde preciso fugir pelo menos até a próxima semana, ou, quem sabe, até a próxima existência. </div><div style="text-align: justify;">Queria ver o sol e entrar em alguma livraria como aquelas em Notting Hill, onde a gente se perde no meio de tantos títulos, autores e prateleiras, e pode escolher qualquer coisa porque tudo não passa de cinco, dez libras, é isso mesmo, queria escolher um livro bem bonito e colorido e... E novo! Completamente novo, um livro que me mostrasse coisas e pessoas que eu nunca sequer ouvi falar e acabe com as marteladas. Um livro diferente dos outros que se acumulam inúteis no meu quarto, que rode tão rápido e que seja tão colorido que trate de tornar tudo branco de novo aqui dentro. Branco mais uma vez, mesmo que seja só por sábado-domingo, e talvez esse seja precisamente o ponto que me fez ter esse tipo de desejo infantil em uma sexta-feira: saber que o branco só vai durar mesmo dois dias.</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-46580541781913234722012-01-23T11:08:00.000-08:002012-01-23T11:08:35.077-08:00Do fundo do meu coração<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/z9ZLZpcUS0o" width="560"></iframe>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-54512964977846787792012-01-17T18:10:00.000-08:002012-01-17T18:10:28.078-08:00Explosões<div style="text-align: justify;">Me colocar naquela situação foi cruelmente doce. Foram dias ensolarados pelas ruas que já me matavam de saudades, dias que passei me preparando pra sentir ausências e angústias no momento em que fosse embora de lá. Foram tantas demoras e partidas, como se as chegadas jamais fossem suficientes; o coração ia apertando a cada dia e hoje no lugar dele tem um vazio que eu talvez já tenha começado a preencher com aquelas velhas coisas que... É como se eu estivesse novamente estático, da mesma maneira que eu estava antes de ir. E isso é inacreditável porque depois de tantas voltas e explosões, como é importante entender a intensidade dessa palavra, explosões dessas de revirar tudo e bagunçar e congelar estômagos e cabeças... Depois de tantas explosões, eu não posso ter voltado pro mesmo lugar. Mesmo que essa cidade quente de uma maneira diametralmente diferente daquela outra cidade quente represente mesmo essa monotonia, eu preciso estar diferente depois de tudo. Mesmo que parado, apático, pelo menos com as coisas aqui dentro reconfiguradas. Com novas razões pra ouvir Bossa Nova e novas maneiras de entender poesia. Aquele show do Chico Buarque aconteceu pra me provar justamente isso, que a cabeça pode desanuviar, que talvez a mão já esteja calejada demais pra continuar socando o prego over and over again. E em seguida veio a embriaguez, nunca me senti tão lúcido, tão pleno. Na verdade, era como se um plano traçado durante toda uma existência, quem sabe a sua existência pra mim?, culminasse ali, e culminou. Culminou na areia, com o morro do Cantagalo parecendo uma peça de natal com todas aquelas luzinhas. Foi ali, precisamente naquele momento, que eu acreditei que as explosões poderiam começar. E elas não pararam, sempre tem pólvora nova e seca pra causar deformidades, que não necessariamente tornam as coisas piores do que estavam antes, compreende? E mudanças sempre trazem novas perspectivas, principalmente quando o que muda é o de dentro da gente. E perspectiva, como todo mundo já está cansado de saber, deságua em frustração. </div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-990597013279453052012-01-16T20:04:00.000-08:002012-01-17T18:16:03.078-08:00No Disappointments<div style="text-align: justify;">Foram alguns anos de sonhos. E quando permitimos que os sonhos corram assim, livres, eles voam para os lugares mais bonitos. O que eu quero dizer é que quando a realidade está bloqueada pelos seus mistérios e pela minha própria ignorância, ela não consegue prendê-los, os sonhos. A realidade, na verdade, se converteu em sonho a partir do momento que eu comecei a construí-la. Construí com tanto cuidado e com tanta delicadeza que achava difícil as praias serem assim mesmo tão claras ou os sorrisos tão verdadeiros.</div><div style="text-align: justify;">Toda idealização será castigada, diz a razão. Mas, não. As cores não foram mais opacas naquela noite em Ipanema. Todo o mistério do antes, os véus que eu tirava e descobria aos poucos me arrancavam não só suspiros, mas sorrisos e medos também. Porque quando as coisas são bonitas desse jeito, a possibilidade de deixá-las escapar nos aterroriza. Eu segurei o osso como um cachorro faminto, mesmo sem saber exatamente o gosto que ele teria.</div><div style="text-align: justify;">Ironicamente, foi durante aquela noite em Ipanema que eu acordei do sonho. Na verdade, foi durante aquela noite em Ipanema que eu percebi que o sonho pode ser realidade. Que não necessariamente o concreto precisa ser aquela coisa cinza, dura e fria que a gente acabou se acostumando. Pode ser que os pés molhados de mar, as mãos sujas de areia e o sol nascendo atrás da gente também sejam verdade. Mesmo que só por cinco dias, nos foi permitido acreditar nisso. </div><div style="text-align: justify;">As cores da realidade durante esses cinco dias foram mesmo intensas, tão intensas quanto nos sonhos. No disappointments. E como isso tem sentido em uma existência como a minha, como acreditar me torna mais forte e como isso tudo foi a minha maior motivação pra simplesmente continuar acreditando. E mesmo quando os dias de sol na praia davam lugar às paredes de um prédio na zona sul, as explosões continuavam e os sorrisos permaneciam ali congelados e me aquecendo. Amanhã eu entro em um avião que me leva de volta pra rotina, pros problemas, que vai me levar pra longe do mar e do nascer do sol. Mas uma coisa a gente não perde, essa capacidade de continuar sonhando, entende? E esses dias de sol me provaram que o sonho que a gente constrói pode muito bem ser de verdade. A gente só precisa dar o espaço devido aqui dentro pra que eles possam crescer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-14012900660288147002011-11-16T09:07:00.001-08:002011-11-16T09:07:46.749-08:00<span class="Apple-style-span" style="color: #a3a3a3; font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"></span><br />
<div style="margin-bottom: 3px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden;">It's okay</div><div style="margin-bottom: 3px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden;">To dry your eyes</div><div style="margin-bottom: 3px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden;">Cause soulmates never die</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-86845490345005609262011-11-08T07:21:00.000-08:002011-11-08T07:24:07.941-08:00Só o Chico<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Por mais que algumas vezes, ou quase sempre, eu reme contra, a vida tem dado um jeito de trazer dias de sol pra cá. Olha que lugar-comum eu vou falar agora, mas é isso mesmo, é nas pequenas coisas que a gente consegue se apoiar e quando se dá conta, está quase de pé outra vez. Ainda meio trêmulo, caindo aqui e ali, mas caminhando com as próprias pernas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Já reconheço que existe vida além e realmente consigo me interessar por outras casas, pessoas, comidas e assuntos. Li outro dia que o sagitariano é interessante por ler muito, ou ouvir muita música, ou ver muitos filmes, ou tudo isso ao mesmo tempo. Esse tipo de coisa ajuda a tirar a gente lá do fundo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">São pequenos encontros que de repente se tornam tão interessantes, que. Lembra quando a gente encontrou a Maria Bethânia meio bêbada no avião, ainda naquele primeiro dia, e logo em seguida, todos aqueles bárbaros tão doces cantaram Atiraste uma Pedra, e "você gosta dessa música?"? Claro que gosto, ela diz tanto... E essas pequenas descobertas são como explosões que me fazem querer conhecer mais das tuas músicas, dos teus filmes, te mostrar mais um pouco dos meus livros.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Já é possível até deixar escapar algumas confissões. Primeiro, eu não queria nem ouvir quando você disse que os novos paulistas não têm peso, eu protestei. Mas aí quando a gente compara Jeneci, Tiê, Tulipa e Roberta Sá a Caetano, Bethânia e Gal, eu até que entendi o seu lado e não que eu concordasse inteiramente, mas resolvi ficar calado porque qualquer opinião mais extremada ali seria meio burra. E como é difícil alguém conseguir me fazer ficar calado, falo isso da maneira mais positiva possível, compreende?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Daí aparece a Maria Rita e admitimos que ela não é tudo isso, mesmo sendo tudo isso algumas vezes. Vejo aquela versão e "não, ninguém pode interpretar o Chico além do Chico. E da Bethânia, mas só ela". E nesses momentos, nesses momentos pequenos, querendo se passar por desimportantes, eu percebo que me dá vontade de rir, de rir de verdade. Sem fingimento, sem olhos marejados, eu de fato quero mostrar os dentes e pensar que só o Chico pode cantar as músicas dele pra mim enquanto ganho um cafuné. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">E que bom conseguir enxergar esse tipo de coisa, que bom conseguir ver que ainda existe alguma espontaneidade e que ainda existe vontade de sorrir vez em quando. Que bom que nem tudo tá assim tão seco quanto eu imaginava.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-11968581972697196462011-11-07T20:02:00.000-08:002011-11-08T08:06:46.576-08:00<div style="text-align: justify;">Acima da saudade, do tesão, das conversas, o que me leva mais lá no fundo é essa sensação de desamparo. Porque assistir um filme desses que te deixam sentindo indefeso e com vontade de gritar desesperadamente pra que alguém entenda o que tu estás sentindo e te dê um abraço, te faça um chá, apareça com alguma pílula ou qualquer coisa desse tipo e não ter a quem recorrer dói. </div><div style="text-align: justify;">E antes eu recorreria a ti. Ainda é o teu número que eu chego a discar no celular antes de desistir. E ele nem tá mais gravado na agenda, queria que fosse fácil do mesmo jeito tirá-lo da cabeça. É esse desamparo o que mais dói, essa sensação de não ter pra quem ligar em uma madrugada de segunda-feira depois de ver um filme daqueles. É, é isso o que mais dói.</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-59120536527531066062011-11-07T09:00:00.000-08:002011-11-07T09:02:33.948-08:00Vai passar<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;">"Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa."</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444;">Caio F.</span></span></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-8901376148086147222011-11-07T06:17:00.001-08:002011-11-07T06:26:07.981-08:00Inverno<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
<div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">No dia em que fui mais feliz, eu vi um avião. E ele não se espelhou no seu olhar até sumir. Na verdade, ele se espelhou no meu olhar, porque eu era o único par de olhos ali. O único que tinha algum sentido, eu quero dizer, porque em um aeroporto internacional de uma capital européia, a gente encontra todos os tipos de par de olhos. São azuis, arregalados, negros, puxados, sonolentos, radiantes ou encharcados de lágrimas. Mas de olhos que realmente importassem pra mim ali no meio de toda aquela gente, só mesmo os meus. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">E os meus estavam embotados por uma ansiedade que eu nunca havia sentido antes. Ansiedade que me fez passar a noite em claro fantasiando o dia seguinte, o dia que você ia me receber com os braços abertos e eu ia ouvir a sua voz de novo, de novo no meu ouvido, sem telefone, computador ou qualquer máquina entre a gente. Era assim que eles estavam, os meus olhos, cansados e sonolentos pela madrugada insone, mas vidrados no avião. Aquele avião enorme que me tiraria dali e me levaria de volta pra casa. <i>Home is where the heart is</i>, lembra? </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eu embarquei e a sensação que eu esperava, a sensação que todos esperavam de mim era guardar com saudade aqueles lugares frios, guardar as águas termais de Budapeste, as construções milenares atenienses, guardar comigo o gosto do café e dos cigarros de Paris e as canções daqueles fins de tarde venezianos. Guardar comigo aquele crepúsculo na Piazza Spagna em Roma e a valsa vienense tocando, todos aqueles espetáculos... Eu ao menos poderia ter olhado praquilo tudo, praquele país, praquele continente inteiro e lamentado um pouquinho porque, quem sabe?, aquela poderia ser a última vez que os meus olhos embotados miravam essas coisas. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Mas não importava. Lembra que eu te fiz uma ligação logo antes de embarcar? Eu disse que tinha perdido uma conexão e que só poderia voltar na semana seguinte, mas é claro que você não acreditou. Não acreditou porque mesmo sem conseguir ver os meus olhos marotos contando mentiras, você podia ouvir a minha voz entusiasmada. E eu era inteiro felicidade. Eu não cabia em mim, aquela sensação de te ver ainda essa noite, de te abraçar e sentir o teu cheiro de novo, aquela idéia de que finalmente passaríamos mais uma noite juntos, como antigamente. Sem dar boa noite pelo computador, sem dormir te olhando através daquela tela ao lado da cama e acordar aflito no meio da noite porque a conexão com a internet caiu. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eu vi o avião e foi ali que começou a felicidade. A partir daquele momento, eu tinha certeza que o antigamente voltaria. Embarquei e comecei a chorar no mesmo instante. Ninguém nas poltronas do meu lado, tiraram a criança italiana que não parava de chorar da fileira atrás de mim, as opções de filme eram razoáveis. Paz. O avião nem tinha deixado o solo e a minha cabeça já havia cruzado o oceano, como tantas vezes antes. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Senti frio e pensei que aquela era a última vez. A última vez que eu sentiria frio, porque logo mais... As lágrimas continuavam caindo e eu não fazia o menor esforço para cessá-las porque elas eram boas, eram de pura felicidade. Eu já estava olhando aquele velho continente de cima e logo ele começou a se afastar, o oceano estava aos meus pés, eu acompanhava na tela em frente à poltrona a distância que faltava, e era tanta, e demorou tanto, e foi tanto-tanto. Mas chegou e eu não podia acreditar, Brasil de novo, eu podia conversar e ser entendido sem maiores complicações e, meu Deus, você estava logo ali fora da sala de embarque bem do jeito que eu te deixei. Como antigamente. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Mas a fila da imigração estava impossível e as pessoas queriam conversar, mas meus olhos não se concentravam nelas, eu olhava o duty free e pensava no perfume que poderia comprar pra te agradar. Não mais um presente, já eram tantos, mas pra eu usar, porque eu queria que você gostasse do meu cheiro mais uma vez, como antigamente. Não achei o perfume, “moço, o senhor tem flores?”, não havia flores. A fila impossível, “próximo!”, era minha vez; “Bem vindo ao Brasil, senhor”. O coração disparado, dis-pa-ra-do.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eu olhava pelo vidro e não te encontrava, meu Deus, aconteceu alguma coisa? Seu vôo atrasou? Você não estava esperando por mim,eu ficaria sozinho ali? As malas não chegavam, pedi ajuda pra funcionária da companhia, “por favor, as minhas malas”. Não havia mais bagagens nas esteiras, talvez seja uma dessas separadas aqui no canto. Era. Peguei correndo, a saída era logo ali, logo ali estava você, logo ali na saída. As lágrimas se anteciparam e chegaram antes de mim.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Mas os homens queriam revistar as minhas malas, “por que duas tão grandes , senhor?”. Foram meses fora, meses, vocês entendem?, meses sem você, meses sem tantas coisas. E foram meses de inverno, meses de neve, então é claro que são tantas malas, porque têm casacos e botas, além dos presentes, muitos presentes. Porque eu gosto de dar presentes e eram tantas as coisas que me lembravam você...</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Finalmente, saí e você estava ali. A gente não precisou se olhar, a gente queria a pele, o toque, o cheiro. E foi um abraço, foi o melhor abraço da minha vida, você lembra? Posso ter milhares de reclamações sobre tudo a nosso respeito, mas a intensidade... Aquele abraço que me fez esquecer malas, computador, tudo que antes valia alguma coisa estava perdido, éramos só nós dois naquele saguão cheio. E as palavras faltaram, as mãos não sabiam onde ficar, só procuravam pelo teu corpo, pelo teu rosto. Um cigarro. Dois cigarros. No terceiro, a gente já conseguia conversar e o sorriso não saía do rosto, lembra? Como antigamente. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Você chamou o táxi. Você resolveu tudo, e isso é uma das coisas que me fez enlouquecer de amor, e você sabe perfeitamente disso. Eu não sabia de hotel, não sabia de praia, não sabia de jantar, não sabia de nada. Eu não sabia de música e nem de pétalas de rosas pela cama. Ali estava a felicidade, nesse não se importar por não saber. Mais, nesse fazer questão de não saber, nesse confiar de olhos vendados (literalmente, lembra?). Felicidade. Fe-li-ci-da-de. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">A ligação pros amigos, “já estou no Brasil, aproveitem essa festa de aniversário no sítio. Divirtam-se, amo vocês. Dentro de dez dias,”. Era aquele momento, aquilo era a felicidade. Aquilo era antigamente. Aquilo foi pelo que eu vivi os últimos meses. Mas passou. Como tudo, passou. O antigamente ficou pra trás, como tinha de ser. Ainda assim, esse foi o dia em que fui mais feliz. Foi o dia em que eu vi um avião, o resgate que me levou de volta ao antigamente, me levou pra onde o meu coração estava, me levou pra casa. </span></div></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-42299498546959094482011-11-05T11:59:00.000-07:002011-11-05T12:14:16.410-07:00Talvez<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Ontem eu entrei naquele torpor de quem bebe cerveja e escuta Chico Buarque demais. E por alguma saudade que anda incoerentemente perdida aqui dentro, afastei as cortinas negras que coloquei entre nós já há tanto tempo. Talvez nem seja assim "tanto tempo", mas o fato de já não sair mais muito sangue do corte, de ele já não estar mais quente e latejando a ponto de doer profundamente, faça com que esse tempo que passou me pareça assim, "tanto". </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Então foi assim, no meio do torpor de quem bebe cerveja e escuta Chico Buarque demais, eu afastei as cortinas negras. Esperava que elas revelassem qualquer coisa de bonito, qualquer coisa que fosse me matar de saudades, qualquer coisa que fosse abrir de novo a ferida e me causar dor até a loucura. Mas não foi assim.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Ele mudou. O que é natural, eu mesmo mudei. Me referir a ele assim, na terceira pessoa do singular, é uma das resoluções de mudança. Ontem eu li em algum lugar uma frase que dizia mais ou menos assim "tudo o que fazemos na vida é para sermos um pouco mais amados por alguém". É a mais pura verdade. Mesmo que esse amor venha de nós mesmos. É o tipo de coisa que a resolução da terceira pessoa do singular tá fazendo comigo, me ajudando a me amar um pouquinho mais. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: x-small;">Mas o que eu dizia é que as cortinas negras revelaram uma pessoa diferente. Diferente em certa medida, porque eu acho que na verdade essa pessoa revelada pelas cortinas negras estava lá em algum lugar o tempo todo e eu sabia disso, só não conseguia mais ver. Porque isso é uma coisa muito clara pra mim hoje, eu via nele o que eu queria ver. Afinal, "<em style="background-color: white; font-style: normal; line-height: 16px;">amar</em><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 16px;"> era só </span><em style="background-color: white; font-style: normal; line-height: 16px;">conseguir ver</em><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 16px;">, e </span><em style="background-color: white; font-style: normal; line-height: 16px;">desamar</em><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 16px;"> era </span><em style="background-color: white; font-style: normal; line-height: 16px;">não mais conseguir ver</em><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 16px;">, entende?". E não ver aquelas coisas que possivelmente sempre estiveram ali foi uma escolha.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; font-size: x-small;">O ponto é que assim, afastado, eu consegui ver essas coisas. E achei sujo. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Vi a transformação de uma pessoa. Transformação em algo que eu considero pior, mas essa opinião não vale de nada porque eu sei o tipo prepotente e dono-da-verdade que sou. Enxerguei alguém quase irreconhecível, alguém que eu talvez tenha quase conhecido ali no começo de tudo. E isso me traz mais uma impressão positiva, porque significa que ele mudou por mim. Seja lá que significado isso assuma, é uma coisa boa pra mim. E agora, eu penso mais no que é bom pra mim do que no que é bom pra qualquer outra pessoa. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;">E talvez, no fim disso tudo, ele nem tenha de fato mudado, como eu suponho. Talvez o que as cortinas negras revelaram foi exatamente o que ele era desde o princípio, o que eu não enxergava e o que eu moldei. E agora ele talvez tenha voltado a ser precisamente o que sempre foi antes de eu existir. Na verdade, a pessoa que eu conheci nunca existiu, ela estava na minha cabeça e na capacidade de simulação que ele sempre teve, e em algum lugar lá no fundo, eu sempre soube disso. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;">E encarando positivamente, se o objeto do amor nunca existiu, como esse amor pode ter existido? Talvez em mim, talvez esse amor tenha sido inteiro meu e eu apenas precisasse direcioná-lo a alguém. E sendo assim, ele continua aqui, pronto pra ser redirecionado quantas vezes forem necessárias, até todos os cortes pararem de sangrar, todas as dores pararem de latejar e todas as lágrimas pararem de cair.</span></span></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-87707159905841750882011-11-03T14:04:00.001-07:002011-11-03T14:07:19.740-07:00Meu despedaço,<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">Que despedaço era a pessoa quando vivia. E viver era a arte de encontrar, dar-de-encontro. Viver esbarrando</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">, deixando o perfume no outro e levando o do outro na roupa. Embebedar de cheiros. Chamar a atenção puxando pelo ombro, pela nuca ou pelas mãos. </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">Segurar firme, misturar o suor.</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;"> Cair por cima do colo, dar um nó com as pernas. - </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">Que despedaço era você em tudo. Despedaçar era arrancar um pedaço pelo outro, um pedaço seu pelo do outro. Era trocar. E conseguir porque não é assim tão simples. </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">Que você não sabia simplesmente deixar suas partes, mas jogava por cima das pessoas, como num gesto desleixado e preguiçoso, igual quando você se atira no sofá da sala. Também não tinha cuidado de pegar as partes delas que lhe cabia, mas metia as mãos e roubava faminto. Ia colecionando pela vida des-pedaços bonitos, embora pareça feio dito assim. Que não tinha nada de ruim em deixar a cor dos teus olhos azúis pelo mundo nem roubar a transparência daqueles mares pra trazer no bolso. </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">E q</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">ue o despedaço do amor era viver e disso você entendia. </span></i></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16px;">- Das tristes Anotações sobre um amor urbano.</span></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-81753269565478092512011-11-03T14:02:00.000-07:002011-11-03T14:07:40.013-07:00Da Bárbara, do café pequeno<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #363636; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 18px;"><i>Já perdemos mais, já perdemos melhores.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #363636; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 18px;"><i>Eu até pediria desculpas por não saber. Por quase nunca saber. E continuar não sabendo, não só sobre a realidade das coisas, das pessoas e do mundo, mas por não saber nunca sobre o caráter escorregadio dessas coisas, pessoas e do mundo. Não sei. Não sei o que tirar de bom de uma perda. De uma grande perda, de uma perda abissal, não há nada, nada que eu possa tirar de bom. Perdas não nos tornam maiores, melhores, não amolecem corações, veja que não, não tem nada de belo nessas grandes perdas. Não há nada de romântico, artístico, renascentista, iluminista numa grande perda. Não há art noveau, não há impressionismo, surrealismo numa grande perda. Depois de uma grande perda, de uma perda enorme, não há nada que compense. Não há recompensa, cafuné, mão na cabeça, colo, calma-tudo-vai-melhorar, sexo-de-reconciliação, bebida forte. Nas grandes perdas, só ficamos mais frágeis. Nas perdas grandes, fotos e nomes se perdem também. Nessas perdas enormes, grandes, nem indignação, que é tão bom que se tenha, sobra. Uma perda grande, uma perda abissal, muito grande mesmo, leva embora muita coisa. Numa grande perda, tudo demora em ser tão ruim. Mas das perdas grandes, uma coisa, uma coisa se aproveita, é saber diferenciar o que é uma perda grande, uma perda enorme, uma perda abissal, sem volta, e o que é uma perda pequena, uma perda sem valor, uma perda sem foguete, sem retrato e sem bilhete, uma perda tão corriqueira, tão corriqueira, lugarzinho-comum, perdas onde não se chora, nem briga, nem desbriga. Perda grande, perda enorme é quando se perde grandes pessoas, essas que tem a graça da alegria, da vida em sua plenitude e beleza, essas admiráveis, essas que podemos dizer que "nunca conheci igual". Mas quando a perda é grande, é enorme, é gigante, é abissal, maior do mundo, há que se chorar, uivar no telhado de madrugada, brigar e desbrigar, só quando é grande, enorme, gigante, abissal, maior do mundo, só nesse caso. Mas as grandes perdas são poucas, porque poucas são as grandes pessoas.</i></span></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-39842721049251694832011-10-29T16:51:00.001-07:002011-10-29T16:52:45.292-07:00Sombra e luz<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Essa pode ser a última vez que eu lhe escrevo. É claro que eu não tenho certeza disso, ninguém pode ter certeza alguma depois de um naufrágio como esse, depois de uma tempestade como essa, que me levou pros lugares mais inóspitos e remotos no de dentro. Mas eu estou nadando. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Por mais que você não acredite, como faz questão de deixar claro, eu estou nadando. E tenho encontrado coisas muito bonitas pelos caminhos. É atemorizante dizer isso, mas, sabe?, tenho encontrado criaturas muito bonitas. Esse temor que eu falei e que se torna uma das correntes impossíveis que me amarram a nem eu sei o quê, não é meu, mas seu. Seu porque eu sei – e o pior, você sabe – que duas ou três frases e vêm câimbra e aquela dor impossível e eu paro de nadar e lá estou afundando de novo. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Isso tudo porque eu recorro em um erro, o de acreditar em você. Como eu disse, você não acredita que saí daqueles lugares escuros. E não sei se pra me convencer ou pra convencer a si mesmo, você de vez em quando me encontra e repete esse tipo de coisa. A princípio, eu chego a pensar que é um bote, uma espécie de resgate, mas na verdade você se aproxima pra esticar o braço na minha nuca e afundar a minha cabeça até eu perder o fôlego. Justamente esse braço que antes era o meu aconchego. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Depois de muita luta, eu consigo emergir e respirar fundo, mas quando menos espero, justamente quando encontro aquelas criaturas tão bonitas, lá vem o falso-resgate novamente pra me jogar no fundo. Depois de algumas voltas, eu finalmente entendi o sentido do bote. Você fala que se preocupa comigo, mas a sua preocupação não é outra senão você mesmo. A partir do momento em que o seu bem significar o meu mal, é o meu mal que você vai querer. Quando você precisar afundar a minha cara pra conseguir respirar, é exatamente isso que você vai fazer. As pessoas no geral são egoístas, mas algumas extrapolam. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><u>Pausa</u>.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eu comecei isso aqui querendo que fosse algo positivo, mas tudo o que eu escrevo para ou em relação a você acaba sempre acumulando aquele ranço e virando qualquer coisa mais escura. Eu não quero ser assim. Eu tenho lutado contra essas negatividades como nunca, sabia? As atividades físicas viraram uma espécie de ritual e às vezes eu até consigo acordar cedinho. Tenho tomado chá quase todos os dias, cada vez um sabor diferente naquela caneca que eu trouxe de Londres (e só nela, porque aí eu até acredito um pouquinho que o chá é como aqueles da Inglaterra). E tenho ouvido música francesa, visto filmes leves... Tenho lido muito sobre a esquerda, e isso sempre é um pouco desesperançoso. Mas você sabe que é necessário, então não me culpe por isso. Estou procurando um terapeuta também, lento e meio fugitivo, mas estou. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">O ponto principal disso tudo e que eu ainda não consegui esclarecer é que essa pode ser a última vez que eu lhe escrevo. Porque quando cumpro as regras direitinho e cuido da minha cabeça, do meu corpo e de mim, eu consigo ver as coisas de outra maneira. Eu consigo ver as coisas mais leves. Eu até consigo, vez em quando, sentir uma coisa boa aqui dentro. Não por você, como eu lhe disse uma vez (mesmo sem fôlego), mas pelo que a gente foi. Lembra aquilo das saudades? Que elas não são suas, não são direcionadas a uma pessoa, mas são minhas. São saudades de como eu me sentia, e se é assim, eu ainda posso me sentir daquela maneira de novo. Depende de mim, não de você, entende? </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Ainda esses dias, eu vislumbrei lá de longe uma possibilidade de que isso que eu sinto pode se tornar algo bonito um dia. Por mais que trilhe caminhos tortuosos e alterne sombra e luz, como eu to fazendo nesse momento, pode sim se tornar algo bonito. Eu preciso acreditar nisso. </span></div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-48689117655258883422011-10-16T18:48:00.001-07:002011-10-16T18:48:31.233-07:00Eyes don't see,heart don't feel.Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-85013713275612837192011-10-10T21:00:00.000-07:002011-11-01T10:23:05.337-07:00<div style="text-align: justify;">Porque não é que o vaso-velho me incomode tanto. Quero dizer, ele já foi bastante inconveniente quando eu insistia em colocá-lo ali no meio da sala refletindo todas as luzes da minha casa e da minha vida. Só que em determinado ponto, eu aprendi que por mais apego que a gente tenha, a gente sempre pode contar com outro ou outros vasos. De início, eles podem parecer desinteressantes porque a gente se habituou ao vaso-velho ou talvez ao lugar que ele ocupava.</div><div style="text-align: justify;">Mas é possível, é possível substituir os vasos, mesmo naqueles lugares centrais, e afastar o vaso-velho pra algum quarto mais escuro onde a gente quase nunca entre. E ali ele já não incomoda tanto, como eu dizia no início. A questão é que cedo ou tarde, a gente vai precisar entrar no quarto mais escuro e topar com o vaso-velho e certamente isso será mais fácil se tivermos um ou mais vasos novos e brilhantes nas nossas mãos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">_</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu reli esse texto e descobri que não falei tudo o que queria falar não liberei a minha a-gres-si-vi-da-de não disse não adianta colocar o vaso-velho em um canto a gente precisa quebrá-lo em mil pedacinhos pulverizá-lo de uma maneira que ele saia da nossa vida e do mundo pelo menos por enquanto por mais negativo que isso seja ainda mais pra alguém como eu que tenho tentado não fumar durante a semana, tomar chá diariamente e fazer exercícios físicos talvez só assim agora pra paz chegar aqui só fazendo o vaso-velho explodir-morrer.</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3990892077221873596.post-50584564366876216642011-10-05T09:48:00.000-07:002011-10-05T11:14:03.928-07:00<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">At first, I was afraid, I was petrified. I kept thinking I could never live without you by my side.<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> But then I spent so many nights just thinking how you done me wrong; I grew strong, I learned how to get along.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">And so you're back from outer space. I just walked in to find you here without that look upon your face. I should have changed my fucking lock, I would have made you leave your key, If I'd have known for just one second you'd be back to bother me.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Oh, now go, walk out the door. Just turn around now, you're not welcome anymore. </span>Weren't you the one who tried to break me with desire? Did you think I'd crumble? Did you think I'd lay down and die?<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Oh not I... I will survive. </span>As long as I know how to love, I know I'll be alive.<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> I've got all my life to live, I've got all my love to give. I will survive. </span>I will survive.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">It took all the strength I had just not to fall apart.<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> I'm trying hard to mend the pieces of my broken heart. </span>And I spent so many nights just feeling sorry for myself<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">, I used to cry. But now I hold my head up high.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">And you'll see me with somebody new. </span>I'm not that stupid little person still in love with you.<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> And so you thought you'd just drop by, and you expect me to be free. But now I'm saving all my lovin' for someone who's lovin' me.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #666666; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</div>Tomaz Pennerhttp://www.blogger.com/profile/14641711236781762222noreply@blogger.com0